A TI estratégica vai morrer!

Nenhuma atividade produtiva sobreviveria sem tecnologia, ela se converteu no core business de qualquer empresa

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8:12 am - 28 de fevereiro de 2020

Não importa o tamanho ou a atividade da empresa, a tecnologia está presente em todos os seus processos. Isso é um fato e uma obviedade, porém tem uma parte que nem sempre é contada e que queremos abordar.

Nos últimos anos, o cargo de diretor de TI acompanhou o crescimento da importância da tecnologia na empresa, e alguns CIO chegaram ao status de popstar, se aproximando do diretor comercial.

Alguém no Vale do Silício disse que a tecnologia era estratégica, e faz sentido, e então se produziu uma separação de funções, que também faz sentido. Surgiu a figura do CIO com função estratégica e de inovação, e a do CTO que cuida do dia a dia e garante que as coisas funcionem.

Para não cometer os mesmos erros do passado recente, onde 70% dos processos de transformação digital não funcionaram, encomendamos ao diretor de tecnologia a árdua tarefa de inovar, liderar o processo de transformação digital, porém com um grande diferencial, alinhando com negócio.

Obviamente é muito mais glamoroso participar de uma imersão na Singularity e ver tendências no Vale do Silício, que passar o fim de semana fazendo a migração de um sistema.

E pouco a pouco, vendo os novos modelos de negócio, a tecnologia ganha mais e mais protagonismo, como a única forma de transformar e oferecer à empresa um futuro.

Pensar que a tecnologia pode resolver todos os problemas da empresa e da humanidade é o nosso maior problema.

Sim, a tecnologia é importante. Porém, não é o único nem mais importante neste processo de transformação.

A transformação digital não acontece no data center, ela acontece nas pessoas, nos colaboradores, nos clientes, na sociedade.

Definitivamente, o impacto e reflexo de qualquer transformação ocorre no ser humano. Portanto, deve ser liderado por quem entende de gente.

Você contrataria um laboratório farmacêutico para cuidar da sua saúde?

Não deveria… e a resposta é óbvia.

Por quê? Porque ele te venderia remédio.

E para cuidar da sua saúde, você não precisa de remédio, precisa dormir bem, se alimentar bem, praticar atividade física, meditar, ter inteligência emocional, buscar um equilíbrio espiritual, enfim, uma enorme quantidade de coisas, e eventualmente, quando você fica doente, você precisa de remédio.

Portanto, assim como você não contrata um laboratório farmacêutico para cuidar da sua saúde, também não deveria deixar que o diretor de tecnologia lidere sua transformação digital.

Novamente, por quê?

Pelo mesmo motivo, ou seja, a tecnologia será o eixo central de suas decisões.

E a tecnologia é um meio e não um fim.

Nos dois primeiros artigos da série organização Tecno-Humanizada, mostramos que a área de Talento e Cultura Organizacional, antigo RH, deve liderar os processos de desenvolvimento humano, mindset e humanização da empresa, ao passo que o Tecno-Humanista, antigo CEO, deve ser responsável pela estratégia, inovação e transformação da organização. Ambos devem liderar o processo de transformação da organização.

Você pode ler ambos artigos aqui:

Basta! A diretoria de recursos humanos deve acabar e,

Por favor, precisamos de CEO Tecno-Humanistas

Para que o modelo funcione, a empresa precisa de uma peça chave.

Com a função de criar a cultura de agilidade, flexibilidade, e viabilizar a otimização operacional, o diretor de tecnologia passa a se chamar Responsável de Eficiência, Eficácia e Viabilização Tecnológica da empresa.

 

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De acordo com a Tecno-Humanização, esta função é muito mais relevante e fundamental para a empresa, e agora sim, assume um papel que transforma a empresa em uma organização preparada para os desafios de um mundo exponencial e líquido.

Converter a empresa em uma organização ágil, flexível, eficiente e eficaz é a base de toda e qualquer operação. Sem estas características a empresa aumenta muito o risco de não sobreviver às exigências do mercado.

A tecnologia para ser o facilitador para viabilizar as inovações em produtos, serviços e modelos de negócio, além de otimizar processos.

Outro ponto importante desta nova área é resgatar o básico, fazer com que funcione bem o que se tem hoje. Tem muita empresa fazendo hackathon e excursões à Palo Alto porque é hipster, discutindo como será o mundo em 2050. Mas provavelmente não chegue até lá, porque não é capaz de operacionalizar o atual.

O site não funciona bem, os processos são lentos, os serviços caóticos, enfim…

Para mim, a função do Responsável por Eficiência, Eficácia e Viabilização Tecnológica é primordial.

Em resumo, tão ou mais importante que ter uma visão é viabilizá-la, e a Tecno-Humanização mostra que existem formas de se fazer isso.

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